Ana Luísa Paz

Bio: Ana Luísa Paz is an academic researcher from University of Lisbon. The author has contributed to research in topics: Humanities & Music education. The author has an hindex of 3, co-authored 18 publications receiving 33 citations.

Entre o músico e o professor: o percurso do reconhecimento

Abstract: This article is a preliminary to a qualitative approach research that had Portuguese and Brazilian musicians as social subjects who became teachers. The work aims to discuss the path and processes by which they built their recognition as music teachers, based on narrative interviews and reflect on the potentialities of this strategy of telling stories of their life history in the investigation in the area of Music Education. The results, interpreted, reach a complex set of moments and events, drawing paths for some unexpected and unwanted, which as a whole provide experiences in which they perceive the sense of being in the relationship with the other. and in which they build the knowledge that they mobilize in their professional daily lives, allowing the "teaching knowledge" to escape the exclusivity of academic education, being also built through the constant displacement of the past and future of these social subjects.

Propaganda para uma educação da amizade ibérica: a visita oficial do Generalíssimo a Portugal em 1949 nas atualidades cinematográficas

Abstract: O artigo versa sobre o cinema de propaganda como pedagogia do autoritarismo e debruça-se, em particular, sobre o noticiário português Jornal de Atualidades (1938-1951). Propõe-se explorar as potencialidades pedagógicas do cinema de atualidades a partir da hipótese de Franco, de visita oficial a Portugal (1949), como um ‘professor invisível’ que guiaria os conteúdos noticiosos. A investigação é levada a efeito com recurso a uma análise de conteúdo comparativa com o mesmo episódio nos No-Do’s espanhóis, configurando uma proposta metodológica relativamente singular. Acaba por se revelar uma ambivalência discursiva, em que Franco não é de todo o ‘professor invisível’ e em que a esposa do ditador, guiada pela mão e pela lente do realizador português, é quem efetivamente incorpora a disposição correta e esperada. Essa leitura dá lugar a uma nova possibilidade, a de que é o realizador e suas ambições pró-artísticas quem efetiva e inelutavelmente comanda estes conteúdos.

A autoformação do escritor fora e contra a escola portuguesa: Teixeira de Pascoaes e a sublimação do génio, do Livro de memórias (1928) a Uma fábula (1952)

Abstract: A discussão que neste artigo se procura instaurar em torno da figura mítica do poeta Teixeira de Pascoaes (1877-1952), escritor que lidera em Portugal o movimento literário do saudosismo e que ainda hoje se conhece por via dos manuais escolares, prende-se com as teses culturais que sucessivamente perpassam na sua obra sobre a autoformação do artista. Muito em particular nos seus escritos autobiográficos, Livro de memórias (1928) e Uma fábula (1952), este último apenas publicado em 1978, Teixeira de Pascoaes descreve uma escolarização incapaz de assegurar um processo de ensino-aprendizagem para a escrita literária, em particular a disciplina de Língua Portuguesa. Descreve a sua trajetória como um ‘calvário escolar’, que apenas conseguiu combater graças à própria vida literária da sua casa, o Solar de Pascoaes, num confronto direto entre cultura familiar, cultura escolar e uma série de atributos do próprio génio artístico (destino, infância prodigiosa, talento).

Em busca de novas práticas de liberdade: uma autobiografia com António Candeias

Abstract: O presente artigo resulta de uma pesquisa autobiográfica sobre a formação de uma professora do ensino superior junto do “professor marcante” (CASTANHO, 2001) António Candeias (1955-2010). Encontrando-se perante uma encruzilhada, a investigadora procura trabalhar uma narrativa de formação numa abordagem de investigação baseada em artes. Constrói a narrativa junto a um acervo documental de diários, notas, fotografias e e-mails, materiais dispersos que envidam a reconstitução de um sentido ao trabalho docente, ao mesmo tempo que convocam a influência do professor, psicólogo, historiador da educação, anarquista, cuja obra é também passada em revista. A pesquisa permitirá restituir um sentido à profissionalidade, como estando em alinhamento com os interesses pessoais e a profissão de investigador-docente, constituindo assim um sentido em si mesmo. Conclui-se, mais uma vez, que a pesquisa autobiografica pode ter um efeito de reconfiguração do sentido da profissionalidade.

A construção da memória histórica pelas atualidades cinematográficas: uma outra história da educação pela sétima arte?

Abstract: : This article discusses the way in which the Estado Novo (1933-1974) regime created its own historical memory in Portugal through the Secretariat for National Propaganda (1933-1944) and the National Secretariat for Information (1944-1968), government bodies directed by António Ferro until 1949. Given that through the news reals, propaganda gained a particularly educational dimension, the first part is ded-icated to an exploration of its production context. I also argue that the pedagogical dimension of the cinema was consciously defended by António Ferro and led by the director António Lopes Ribeiro. In the sec-ond part, based on a thematic analysis of Jornal Português (1938-1951), I present it as an apparatus for the construction of a memory of the Estado Novo in different narrative dimensions of the use of time. As a hypothesis, I suggest that current cinematographic events also have a dimension of artistic memory, here called the interval time. The meta-narrative of cinema interrupts the propaganda about the Estado Novo, creating another historical memory for the Seventh Art in a counter-narrative of aesthetic resistance and art’s refusal to submit to politics.

The paradoxes of practical research: The good intentions of inclusion that exclude and abject:

Abstract: There is an alluring, daunting, and haunting desire for practical knowledge in the contemporary social and education sciences about school change. This desire is not new: it haunts the turn of 20th...

The Possessor and the Possessed: Handel, Mozart, Beethoven, and the Idea of Musical Genius

Abstract: Revellibre-LCpaux. The revisionist case in favor of the point on freedom and political democracy argued by such scholars as Isser Woloch (1970). Martyn Lyons (1975), Denis Woronoff (English trans. 1986), and James Livesey (2001) is not overturned in my mind hy Martin’s argument. There can be no dispute whatsoever, on the other hand, that Napoleon, a thoroughgoing autocrat and the first modem dictator, categorically rejected any and all notions of human freedom, real or potential, and that is clearly seen in Martin’s analysis of the Napoleonic Civil Code, which, in my mind, is the most useful and valuable part of thc book. In conclusion, this is definitely not a book for a neophyte, but rather for the serious and advanced student who is widely and deeply read in the literature of the Enlightenment. the revolution, and Napoleon. Even though I disagrce with some of Martin’s points and interpretations. I strongly recommend his book for specialists and advanced scholars of the period.

Social Epistemology, the Reason of “Reason” and the Curriculum Studies

Abstract: Not-with-standing the current topoi of the Knowledge Society, a particular “fact” of modernity is that power is exercised less through brute force and more through systems of reason that order and classify what is known and acted on. This article explored the system of reason that orders and classifies what is talked about, thought and act on in schooling. The study of the system of reason in schooling is framed as social epistemology to consider the historically ordered, relational and socially embeddedness of knowledge as the political. This entails exploring the “reason” of science and schooling as to change social conditions that changes people. Further the school subjects of mathematics and music education are explored as an alchemy, the use of translation tools that remake disciplinary knowledge into the school curriculum. The alchemy of the curriculum is paradoxical. It embodies cultural theses about kinds of people that inscribe differences and divisions in the name of inclusion and equity.