Lívia Moreira de Alcântara

Bio: Lívia Moreira de Alcântara is an academic researcher from Rio de Janeiro State University. The author has contributed to research in topics: Social movement & Collective action. The author has an hindex of 2, co-authored 3 publications receiving 11 citations.

Ciberativismo e movimentos sociais: mapeando discussões

Abstract: O ciberativismo e um tema que vem sendo trabalhado em diversas disciplinas a partir de diferentes perspectivas teoricas, que nem sempre dialogam entre si. Muitas abordagens tendem a trata-lo a partir do “prisma da novidade”, perdendo de vista seus antecedentes. Diante deste panorama, este artigo propoe mapear algumas discussoes sobre o ciberativismo buscando: apontar suas raizes culturais e politicas e situa-lo dentro do processo de desenvolvimento da internet; resgatar alguns eventos marcantes em seu historico e evidenciar as inovacoes teoricas e conceituais que emergiram a partir de cada um deles; mapear encontros e desencontros entre os debates sobre o ciberativismo e a Sociologia Movimentos Sociais, destacando algumas possibilidades de dialogo entre estes dois campos.

Dos zapatistas aos indignados: mudanças na geopolítica das solidariedades transnacionais

Abstract: RESUMO O artigo analisa as reconfiguracoes das solidariedades transnacionais contemporâneas, examinando o contexto ativista de Barcelona e suas relacoes com as lutas e os movimentos sociais mexicanos. Reconstroi-se o processo historico que se iniciou em 1994 com o “ciclo da solidariedade zapatista” ate a emergencia, apos a crise economica de 2008, do que definimos como “ciclo da solidariedade indignada”. Ambos os ciclos sao comparados a partir de uma analise sobre como operam as solidariedades transnacionais. Metodologicamente, recorreu-se a uma combinacao entre o acompanhamento participante de acoes e atores e 21 entrevistas realizadas na Catalunha. Os achados sao discutidos a partir da analise de cinco variaveis: substrato da solidariedade; composicao e estrutura das redes de solidariedade; repertorios de acao; formatos e estrategias comunicativas; e, finalmente, construcao das escalas de articulacao e conexao.

Ciberativismo e a dimensão comunicativa dos movimentos sociais: repertórios, organização e difusão

Abstract: Important updates of Social Movements Theories from the communicative aspects of collective action have been held around the discussions relating to cyberactivism – reducing the gap between studies in communication and social movements. However, much of the work can be characterized by an excessive focus on the technologies and in an instrumentalization of the concept of communication. This article rethinks the theories of collective action and social movements from the communication’s perspective, performing two efforts: firstly through an historical analysis, which seeks to demonstrate the centrality of communicative dimensions in the practices of social movements before the growth of internet, building a non-instrumental perspective of the communication; second, it proposes an interpretation of theoretical bias that enables a look in an integrated manner to three analytical axes of theories of collective action and social movements: the repertoires of collective action, organization processes and the diffusion’s dynamics.

Alter-Globalization: Becoming Actors in the Global Age

Abstract: The Spectacular State explores the production of national identity in post-Soviet Uzbekistan. The main protagonists are the cultural elites involved in the elaboration of new state-sponsored mass-spectacle national holidays: Navro’z (Zoroastrian New Year) and Independence Day. The overall argument is that despite their aspirations to reinvigorate national identity, mass spectacle creators in Uzbekistan have reproduced much of the Soviet cultural production. National identity has been one of the most fraught questions in Central Asia, where nationality was a contradictory and complicated product of the Soviet rule. Although the category of nationality was initiated, produced, and imposed by the Soviet state in the 1920s, it eventually became a source of power and authority for local elites, including cultural producers. The collapse of the Soviet Union opened up possibilities for revising and reversing many understandings manufactured by the socialist regime. Yet, upon her arrival in Tashkent to conduct her research on the renegotiation of national identity in 1995, Laura Adams discovered that instead of embracing newly-found freedom to recover a more authentic history, most Uzbek intellectuals, especially cultural producers working with the state, avoided probing too far in this direction. Rather than entirely discarding the Soviet colonial legacies, they revised their history selectively. Whereas the ideological content of their cultural production shifted from socialism to nationalism, many of the previous cultural ‘‘forms’’ have remained. Similarly, the Uzbek government continued to employ cultural elites to implement the task of reinforcing its nation-building program, thus following the Soviet model of cultural production. The book consists of four chapters. The first chapter delineates the broad themes of national identity building, and the remaining chapters explore mass spectacle creation by distinguishing between three elements: form (Chapter Two), content (Chapter Three), and the mode of production (Chapter Four). The study is based on content analysis of two Olympic Games-style national holidays, interviews with cultural producers, and participation observation of festivals and behind-the-scenes preparation meetings. Although Adams provides a few references to viewers and their attitude toward the public holiday performances, her book does not offer an extended engagement with reception and consumption of these holidays. The comprehensive and multi-layered overview of the process of revising national identity in Uzbekistan is one of the book’s major accomplishments. For Adams, the production of national identity is not a selfevident and seamless production forced by the state but instead a dynamic, complex, and dialogical process of negotiation between various parties (intellectual factions, state officials, mass spectacle producers, etc.). Her account reveals the messy and often contradictory nature of national identity production and thus moves away from the tendency to reify the state and its policies. The book makes a significant contribution to studies of nationalism by suggesting that the production of national identity in Uzbekistan was centrally constituted by the consideration of the ‘‘international audience.’’ Although public holidays, studied by Adams, aimed at fostering national identification, the forms in which these celebrations are performed (including national dances and music) indicate the aspiration of cultural producers to be part of the international community. This kind of national production self-consciously oriented toward the international viewer has been the legacy of the Soviet nationalities policy where all cultural producers had to produce art ‘‘socialist in content, national in form.’’ Notwithstanding the difference in generations or genres,

Das jornadas de junho à cruzada moral: o papel das redes sociais na polarização política brasileira

Abstract: Resumo O objetivo deste texto e compreender o papel desempenhado pelas redes sociais na polarizacao politica. Na perspectiva da moldagem social da tecnologia, desenvolve uma analise sociologica e historica das caracteristicas da sociabilidade por meio de plataformas num contexto de uso individualizado de dispositivos de conexao. Os protestos de 2013 sao tomados como ponto de inflexao a partir do qual disputas politicas passaram a se dar por meio de uma gramatica moral. O artigo analisa como a concentracao do uso da internet em poucas plataformas afetou as comunicacoes que antes eram mediadas pelas pessoas em diferentes contextos, unificando-as de forma a acentuar oposicoes binarias e a formacao de consensos polarizados.

Dos zapatistas aos indignados: mudanças na geopolítica das solidariedades transnacionais

Abstract: RESUMO O artigo analisa as reconfiguracoes das solidariedades transnacionais contemporâneas, examinando o contexto ativista de Barcelona e suas relacoes com as lutas e os movimentos sociais mexicanos. Reconstroi-se o processo historico que se iniciou em 1994 com o “ciclo da solidariedade zapatista” ate a emergencia, apos a crise economica de 2008, do que definimos como “ciclo da solidariedade indignada”. Ambos os ciclos sao comparados a partir de uma analise sobre como operam as solidariedades transnacionais. Metodologicamente, recorreu-se a uma combinacao entre o acompanhamento participante de acoes e atores e 21 entrevistas realizadas na Catalunha. Os achados sao discutidos a partir da analise de cinco variaveis: substrato da solidariedade; composicao e estrutura das redes de solidariedade; repertorios de acao; formatos e estrategias comunicativas; e, finalmente, construcao das escalas de articulacao e conexao.

MOVIMENTOS SOCIAIS POPULARES EM TEMPOS DE ASCENSÃO DAS NOVAS DIREITAS: a Marcha das Margaridas

Abstract: O artigo analisa a Marcha das Margaridas, uma mobilizacao feminista realizada no Brasil sob a lideranca das mulheres do campo, da floresta e das aguas, nos anos de 2015 e 2019, considerado o tempo de ascensao das novas direitas. A Marcha e organizada pelas mulheres do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, em alianca com outros movimentos sociais, centrais sindicais e organizacoes internacionais. Adota-se uma abordagem teorica que considera a atuacao dos movimentos sociais por meio dos conceitos de acoes de reproducao social e formas de acao coletivas. Isso significa analisar a Marcha para alem de suas expressoes mais visiveis – uma grande marcha na cidade de Brasilia e as negociacoes com agentes estatais (formas de acao coletiva). A mobilizacao envolve tambem um longo processo de organizacao, formacao e politica de aliancas com outros atores sociais (acoes de reproducao social). Argumenta-se que analisa-las de maneira interdependente e vis-a-vis a estrutura de oportunidades politicas no tempo de ascensao das novas direitas aumenta a capacidade de compreensao de como movimentos sociais populares atuaram considerando o novo contexto.

Site think olga: o feminismo brasileiro nas plataformas digitais

Abstract: Este estudo tem como objetivo investigar o conteudo do site Think Olga. O site e um projeto feminista desenvolvido, desde 2013, pela jornalista Juliana de Faria, para empoderar e visibilizar as mulheres em espacos em que nao sao vistas. O recorte tematico a ser analisado e a campanha Chega de Fiu Fiu que luta contra assedio sexual em locais publicos. A analise acontece pautada em pesquisa bibliografica que contemplara livros e artigos cientificos, que darao embasamento para as discussoes levantadas com o tema do projeto, bem como em estudo de caso, partindo dos dados coletados no site referentes aos diferentes desdobramentos da campanha. As principais vitimas de assedio sao mulheres de diferentes faixas etarias. O assedio acontece diariamente em todos os estados do Brasil e consiste em comentarios obscenos, gestos e olhares intimidadores, indesejados muitas vezes de teor sexual. Diante da luta pertinente e sistematica do Think Olga contra esse tipo de violencia tornou-se importante levantar a seguinte questao: De que forma o site “Think Olga” visibiliza discussoes de genero no Brasil? O objetivo e problematizar as questoes de genero a partir da atuacao do site Think Olga na campanha Chega de Fiu Fiu. Tambem visa contemplar o historico do movimento feminista brasileiro, o empoderamento das mulheres, estudo de genero e cultura. Para tanto, foram analisadas obras de diferentes autores/as que sustentam os temas ligados a essas especificidades como Stuart Hall (2006), Baquero (2012) e Bourdieu (2002). Foi possivel perceber que o site Think Olga possibilitou que as mulheres tomassem coragem para denunciar casos de violencia, entendessem que o assedio nao e normal, alem de atuar como ferramenta de mudanca para garantir a seguranca das mulheres e um futuro com igualdade de genero. Alem disso, o site proporcionou que as mulheres fossem produtoras de seus proprios conteudos de interesse.